Hoje, vamos discutir o informe mensal do TORD11 referente ao mês de abril. Infelizmente, a gestão do fundo já não divulga relatórios gerenciais há cerca de um ano, o que dificulta nosso entendimento sobre o que está ocorrendo. O informe mensal, contudo, é um meio útil para analisarmos aspectos como caixa, investimentos em equity, CRI, fundos imobiliários, despesas, e a quantidade de cotistas.
Redução de Cotistas e Distribuição de Dividendos
Começando pelos investidores, o número de cotistas caiu de 86 mil em março para 84 mil em abril. No auge, o TORD11 contava com mais de 100 mil investidores. Um fator que contribuiu para essa redução foi a interrupção do pagamento de proventos, que não ocorre há mais de 12 meses. O último rendimento foi pago em fevereiro de 2023, no valor de R$0,05 por cota. Atualmente, a cota está próxima da mínima histórica, valendo cerca de R$1,70.
Crescimento Patrimonial
Apesar da redução no número de investidores, o valor patrimonial por cota do TORD11 tem apresentado um pequeno crescimento. Em março, o valor patrimonial por cota era de R$12,61, e em abril subiu para R$12,64. Embora esse aumento de R$0,03 não seja significativo, indica uma tendência de valorização patrimonial.
Desconto no Valor de Mercado
O valor de mercado do fundo é de apenas R$68 milhões, comparado ao patrimônio de R$442 milhões, o que representa um grande desconto. A negociação do fundo está a um preço de P/VPA de 0,14, refletindo o pessimismo do mercado em relação ao valor justo do fundo.
Situação do Caixa
O caixa do fundo também é um ponto crucial. Em março, o fundo tinha R$3.193 milhões em caixa, valor que subiu para R$3.333 milhões em abril, um aumento de aproximadamente R$200 mil. No entanto, esse valor representa apenas 0,72% do patrimônio, indicando um caixa bastante limitado para um fundo de desenvolvimento, o que pode dificultar novos aportes em ativos quando necessário.
Investimentos e Ativos
O total investido pelo TORD11 permaneceu em R$437 milhões de março para abril. Os investimentos em imóveis, fundos imobiliários, e equities não apresentaram mudanças significativas.
Fundos Imobiliários
Os fundos imobiliários, como SRVD11, XBXO11 e DVFF11, representam uma parte significativa do portfólio, mas não possuem liquidez. A venda desses ativos poderia gerar um caixa substancial para o fundo.
Equities
O investimento em equities aumentou de R$192 milhões há um ano para R$205 milhões em abril. Este crescimento deve-se à reavaliação dos ativos, mas sem o relatório gerencial, não podemos identificar quais ativos foram reavaliados.
CRIs
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) também mostraram pouca variação, permanecendo em torno de R$83 milhões. A maioria dos CRIs está inadimplente ou em carência, impactando negativamente a geração de caixa.
Despesas e Resultado de Caixa
As despesas do fundo, incluindo taxa de gestão e administração, somaram R$414 mil em abril, acima dos R$369 mil de março. Apesar do aumento nas despesas, a gestão comunicou um resultado de caixa positivo, uma novidade após meses de resultados negativos.
Conclusão
O informe mensal do TORD11 nos oferece uma visão limitada, mas essencial, sobre a situação do fundo. Embora o crescimento patrimonial e o resultado de caixa positivo sejam sinais encorajadores, a falta de comunicação clara da gestão e a ausência de relatórios gerenciais detalhados dificultam uma análise mais profunda. Para os cotistas, é crucial acompanhar os próximos informes mensais e quaisquer comunicações da gestão para avaliar se há uma mudança positiva sustentável no horizonte.
Lembre-se, este conteúdo não constitui uma recomendação de investimento.